Desde menina acompanhava os pais no samba da Vila Isabel, e assim foi sendo. Foi se fazendo. O canto, o violão, o pandeiro, e o ritmo que dos seus primeiros passos ensaiavam a continuação do samba que é ser filha de Martinho da Vila. Mas que também é outra coisa, não ele.
Seu nome, sim - Mart’nália - é o conjunto, o encontro de seus pais: Martinho e Anália. Mas sua existência no mundo é ímpar, é alegre e carrega toda a complexidade que é ser mulher, preta e lésbica nesse país. 56 anos, carioca da gema e muito ritmada com aquilo que há de bom no Brasil. Cresceu com Clara Nunes e João Donato na sala de estar de sua casa. Começou pequena, e quando grande, foi abençoada por muitos artistas como os irmãos Caetano e Bethânia. E foi crescendo, tomando seu espaço e hoje é uma das maiores referências em termos de música e de brasilidade.
Mart’nália é ela. Não é Martinho, é ela. Não se confunde e tem o seu espaço, a sua música, o seu jeito. É alegre, tem boca grande (como ela mesmo diz) e vive sem tentar se preocupar com os acasos do cotidiano.
“Que cantora!… O seu canto é doce, negro, suingado e o seu timbre é especial. Tem corpo de dança para qualquer ritmo e gosta de dançar, toca violão e é percussionista de quase todos os instrumentos de ritmo”, escreve o “pai coruja” como se apresenta Martinho da Vila no site da cantora.
Mart’nália é também inspiração para a Tangerina. O último anel lançado carrega seu nome porque como ela, é um samba todinho. Uma singela homenagem a essa cantora que é cheia de atitude… “Quero ver se você tem atitude, se vai me encarar”, canta nos versos de Cabide, composição de outra mulher maravilhosa, Ana Carolina e que conhecemos na voz e interpretação da carioca.
Feito à mão, com prata reutilizada e acabamento fosco, uma peça tão única quanto a dona do nome. Com uma forma preenchida, não é uma peça delicada que passa sem ser notada, pois no corpo se faz ver. Aparece. Um anel encorpado, arredondado na parte inferior e quadrado na parte de cima. Confortável e grande como Mart’nália. Um anel seu não poderia ser pequeno, delicado, mas traz em suas formas imponentes a leveza que a cantora parece imprimir ao viver sua vida.
Clica aqui pra ver essa criação maravilhosa!
Um beijo!